Os figurantes do meu drama dirigem carros, levam seus filhos-figurantes para a escola e vão para o trabalho. Eles buzinam, eles aceleram, cantam pneus. Eles vão e voltam e não são sempre os mesmos.
Os figurantes do meu drama fequentam academias apinhadas nas esquinas movimentadas, barulhentas das manhãs que prescedem o verão. Eles aturam o tuch tuch e fazem urru!
Os figurantes do meu drama têm noites badaladas, divertem-se às pampas, têm manhãs amassadas e mau humoradas.
E assim eles são felizes atuando passageiros no roteiro do meu drama.
Eu? Eu vejo o sol nascer ainda com a lua no céu, ouço o primeiro canto do pássaro anunciando o dia, vejo a última estrela, penso no seu olhar, sinto seu cheiro mais íntimo, seu toque mais suave; envelheço e cresço para cima e para os lados como num longo e caloroso abraço. Eu amo! Eu te amo! Eu amo!
E assim entendo que cumpro meu papel, quieto e incógnito, desconhecido nas linhas desconhecidas do dia que as conhece, essencial em cada nota desafinada, feliz, infeliz e feliz e infeliz como figurante do drama de alguém.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
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Bonito!
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