sexta-feira, 9 de março de 2012

Ah, essa troca de pele!

Seria a pele de asno

ou a espada que quebra no segundo golpe

e que só cura na água da fonte pura?

a língua que bifurca e sangra, e jorra

espinhos e pedras e linhas e lodo

e fala e cala?

Ah, essa troca de pele!

que mal-cabe-cabendo no corpo desliza

reveste a ardente pele que-vai-ser-estar

e já mal-veste esse indiví-duo

que teima em ser um só.

Esquece! És pó e se espalha com o vento...

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