quinta-feira, 19 de março de 2009

A giganta

Já passava das dez da manhã quando tudo aconteceu. O sol refletia no branco do petit-pavé que envolve as calçadas da Praça Tiradentes, enquanto os cidadãos apressados se deixavam envolver pelo vaivem de mais um dia na cidade. Sentiu-se, então, um tremor de terra, seguido de outro e mais outro, como numa seqüência de passos, passos de um gigante.

Terremoto em Curitiba?

As pessoas olhavam para todos os lados ainda sem saber se deveriam se apavorar ou não. Olhavam para cima, caso algum avião terrorista tenha decidido derrubar algum edifício, afinal Curitiba é uma capital conhecida mundo afora. Mas não havia fumaça, não havia fogo. Havia apenas aquele som compassado. Foi então que o céu escureceu e uma sombra enorme projetou-se sobre toda a praça afugentando as pessoas e as pombas que ali estavam. E a sombra ali parou.

Era um gigante! Um gigante na Praça Tiradentes!
E era um gigante realmente gigante. Tão alto que não era possível ver seu rosto lá em cima.

Foi então que, lá do alto, ouviu-se uma voz, uma voz feminina, que dizia: APROVEITEM OS PREÇOS DAS CASAS PERNAMBUCANAS!!! PREÇOS IMPERDÍVEIS!!! APROVEITEM, APROVEITEM!!!

E as pessoas na calçada da Praça Tiradentes ficaram sem saber o que fazer, se corriam ou se obedeciam à ordem da giganta. Como estavam todas muito curiosas, ficaram ali, olhando para cima. A giganta curvou-se lá do alto dos seus vinte e tantos metros e, segurando um megafone, que em sua mão de giganta mais parecia uma cornetinha; com um belo sorriso e muita simpatia dirigiu-se àquelas pessoas paradas ali dizendo: Vamos pessoal! Não se assustem comigo! Sou só uma giganta ganhando a vida, igualzinho a vocês!

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