segunda-feira, 17 de maio de 2010

AVAT(ecat)AR

No último fim de semana tive o desprazer de assistir ao tão celebrado (e nada cerebrado) "novo" filme de James Cameron, o AVATAR. Não quero que as pessoas tenham a impressão de que sou amargo ou mal humorado. Isso não é verdade. No entanto, não posso deixar de colocar aqui uma questão: onde foi parar o senso crítico das pessoas no século XXI? Será que estamos todos emburrecendo?

Avatar contém, a cada minuto, uma centena de cenas cheias dos maiores clichês do cinema róliudiano, com falas, poses, expressões faciais, gírias milicas, piadinhas tiosanianas e até fotografia que já estiveram em outros milhares de filmes, inclusive filmes do próprio Cameron, que, aliás deixou de existir quando lançou o pegajoso Titanic.

Avatar é... azul. Admito que lá dentro, em algum lugar há uma breve centelha acesa que aponta para uma idéia distante de que devemos, seres humanos que (ainda) somos, pensar na nossa existência e nosso papel diante da existência dos outros seres do planeta. No entanto, a tal centelha se apaga com um leve sopro quando entramos em lojas de brinquedos e lá encontramos as mesmas armas destruidoras criadas pelos gananciosos seres humanos, em miniatura, para nossas crianças brincarem de mocinho e bandido.

Por que nos comove tanto expulsar ou chacinar um povo alienígena em outro planeta e não nos comove nada invadirmos terras indígenas e destruirmos suas crenças, sua cultura pelo mesmo vil metal como fazemos todos os dias aqui na Terra, aqui no Brasil, aqui no Paraná?

Por que depois que os créditos começam a subir é só desligar a TV ou colocar outro DVD (alguns orgulhosamente pirateados).

AVATecatAR!

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